Juíza impõe sigilo em caso de racismo e proíbe vítimas de se manifestarem na internet

Juíza impõe sigilo em caso de racismo e proíbe vítimas de se manifestarem na internet

A decisão da magistrada aponta que a postagem em redes sociais intensifica conflitos e denigre a imagem do sistema de Justiça.

A juíza Ana Paula Viana Silva de Freitas, que atua na 3ª vara Criminal de Caruaru/PE, determinou que dois irmãos que sofreram racismo não possam se pronunciar nas redes sociais sobre o incidente ou criticar a maneira como está sendo conduzido o processo criminal contra a agressora. De acordo com a magistrada, essa medida visa prevenir a escalada do conflito e proteger a reputação do sistema de Justiça.

Essa decisão levanta questões importantes sobre a discriminação e os direitos das vítimas em situações de racismo. É fundamental que a sociedade reflita sobre como o preconceito pode afetar a busca por justiça e a liberdade de expressão. A luta contra a intolerância deve ser uma prioridade para todos nós.

Entenda o Caso

Dois irmãos, residentes na cidade de Caruaru/PE, decidiram ajuizar uma ação judicial contra sua vizinha, que proferiu ofensas de natureza racista contra suas famílias. Ela utilizou expressões extremamente ofensivas como ‘bando de macacos’, ‘família de macacos’ e declarou que ‘depois que esses macacos vieram morar aqui, não tenho mais sossego’. De acordo com as vítimas, a acusada não se limitou apenas às palavras, mas também arremessava fezes de cachorro na residência da família, além de bananas, pedras, paus, garrafas e tijolos que atingiam o telhado e o quintal. Em um ato de intolerância, ela chegou a ameaçar incendiar o carro da família. Entre as vítimas, encontra-se uma senhora de 72 anos, cuja saúde se deteriorou em função desses ataques.

Decisão Judicial

O caso foi analisado pela juíza de Direito Carla de Moraes Rego Mandetta, da 4ª Vara Criminal de Caruaru/PE, que decidiu condenar a acusada a dez anos e seis meses de reclusão, além de um mês de detenção por racismo. Em uma medida adicional, a juíza proibiu as vítimas de racismo de se manifestarem nas redes sociais sobre o processo criminal contra a agressora.

Da Redação com portalcorreio