Curso de Personal Trainers sem CREF: Formação Rápida ou Ameaça à Segurança dos Alunos?

Na última segunda-feira, 15 de julho de 2024, uma entrevista no canal do YouTube do influenciador fitness Gorgonoid trouxe à tona uma discussão acalorada sobre um novo curso que promete revolucionar a formação de personal trainers nas academias brasileiras. O curso, que será lançado em agosto, pretende profissionalizar educadores físicos para atuação exclusiva em salas de musculação, um conceito que tem gerado divisões entre os profissionais da área.

Atualmente, para atuar como personal trainer no Brasil, é necessário ter o registro no Conselho Regional de Educação Física (CREF). Este registro é obtido após a conclusão de um curso superior em Educação Física, que habilita o profissional a atuar em diversas áreas, incluindo saúde, esportes e, claro, musculação. Para obter o CREF, é preciso ter o diploma de um curso reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC) e cumprir uma série de requisitos legais.

A proposta do novo curso, que terá duração de apenas um ano, levanta preocupações entre educadores físicos já formados. Eles questionam a eficácia de uma formação tão curta e se ela realmente capacitará os alunos a exercer a profissão com segurança e competência. A crítica se intensifica ao se considerar que a formação tradicional em Educação Física abrange uma ampla gama de disciplinas que vão além da musculação.

Assista:  https://youtu.be/__-0zXGbEhE?si=ZzEc-m1ubNYflxMY

É importante ressaltar, no entanto, que práticas semelhantes em outros países têm mostrado resultados positivos. Na Europa e nos Estados Unidos, por exemplo, a formação especializada para personal trainers é comum e amplamente aceita. Além disso, no Brasil, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) já oferece um curso que capacita profissionais não formados em Educação Física para atuarem como treinadores de futebol, o que mostra que a flexibilização na formação não é uma ideia inédita.

O novo curso promete aulas ministradas por renomados especialistas da área de Educação Física e musculação, abordando temas como biomecânica e anatomia aplicada à prática física. No final do programa, os alunos passarão por um estágio prático para demonstrar que estão prontos para ingressar no mercado de trabalho.

Enquanto a expectativa em torno do curso cresce, a discussão sobre a qualidade da formação e a segurança dos alunos continua a polarizar a comunidade fitness. Resta saber se essa nova abordagem de formação profissional será aceita e reconhecida como uma alternativa viável no Brasil.

Da Redação por Marcos Andrade